É através do primeiro contato, de uma conversa com o paciente que já conseguimos identificar.
Há doenças que podem ser evitadas ou mesmo sanadas por meio do diagnóstico do check-up?
Sim.
Quais são as doenças ou distúrbios que podem ser verificados neste procedimento?
Algumas doenças como Parkinson e Alzheimer podem ser rastreadas através de testes genéticos se o paciente tem histórico familiar. Em casos de parentes de primeiro grau com aneurisma cerebral, é veementemente recomendado fazer uma avaliação através de angiotomografia ou angiorressonância dos vasos intracranianos. Para casos de epilepsia, é importante a realização de um eletroencefalograma, tanto para diagnóstico quanto para acompanhamento.
Vamos exemplificar: quais os tipos de exames realizados no check-up neurológico?
O mais importante é coletar a história clínica detalhada desse paciente, o que chamamos de anamnese. Através dela conseguimos direcionar quais exames são necessários, individualizando cada paciente. Além, para paciente com doença aterosclerótica, é imprescindível a realização do ecodoppler de carótidas e vertebrais para avaliar sinais de obstrução que possam acarretar em algum evento vascular cerebral no futuro, o temível AVC.
Há alguma preparação especial que o paciente deve seguir antes dos exames?
Não
Com a população cada vez mais envelhecendo, qual o momento ou idade mais adequada para iniciar o check-up de rotina?
Não existe uma idade certa, mas a partir dos 50 anos, alguns sintomas como perda de memória e dor de cabeça costumam ser mais frequentes, além do aparecimento de doenças crônicas como hipertensão arterial e diabetes.
Recentemente, o médico americano David Dodick disse em uma palestra que o declínio cognitivo não deve ser encarado como algo natural, porque é evitável (tendo o check-up como suporte).
E quando não se evita, acaba sendo uma trágica derrota da medicina. Qual sua opinião sobre isso?
Certamente é importante a detecção precoce para que possamos atuar precocemente. A maioria das doenças cerebrais são preveníveis apenas com a mudança no estilo de vida. A American Heart Association recomenda atividades aeróbicas no mínimo 5 vezes por semana de pelo menos 60 minutos, sendo os novos trabalhos.
Que outras especialidades podem se juntar à neurologia para que o check-up possa ter um resultado mais assertivo?
Certamente a neurocirurgia, como a neurocirurgia endovascular. Eu, como neurocirurgião, procuro ajudar os colegas da neurologia a realizar uma triagem de pacientes com aneurisma cerebral, o que é rotina no meu consultório. A cardiologia também atua na linha de frente ajudando na prevenção do AVC.